EDIÇÕES DO FESTIVAL
MURO LX_2021, o Muro que nos reúne.
Lisboa é mais uma vez palco do Muro, Festival de
Arte Urbana. Nesta 4.ª edição, a arte urbana ocupa a Freguesia do Parque das
Nações, a parte mais oriental da cidade de Lisboa, que se recriou e conquistou
uma nova centralidade a partir do projeto cultural e urbanístico da Expo’98.
Cultura Urbana, multiculturalidade e
sustentabilidade são os temas que inspiram mais de 60 artistas a intervir em
espaço público, sob o mote o Muro que nos (re)úne.
Consagrados e emergentes, individualmente ou em
coletivo, portugueses e estrangeiros, residentes e nómadas urbanos, durante dez
dias, todos estão na rua, e o público pode ver e acompanhar a criação de novas
intervenções artísticas em Lisboa, considerada uma cidade de referência
internacional no contexto da arte urbana.
De um modo orgânico, este Muro desdobra-se em vinte
e cinco intervenções de grande escala, três exposições, duas instalações e um
workshop, distribuídos por vários pontos do território, como um desafio à
multiplicação do nosso olhar sobre a cidade, sobre as comunidades, e sobre nós
próprios enquanto Humanidade.
O ponto de encontro, a Gare do Oriente, é também
uma porta de entrada para o Muro LX_2021. Daí, irradiam três núcleos
programáticos: Sustentabilidade na zona envolvente da Gare do Oriente e na
Avenida de Pádua, Cultura Urbana no Parque Tejo e Multiculturalidade no Casal dos
Machados.
Através de um conjunto de intervenções, exposições
e instalações, os artistas do núcleo Sustentabilidade apresentam propostas à
cidade, que são também visões e statements sobre as práticas e as vivências na
atualidade. Aqui encontramos temas universais, com real impacto à escala
global, como as alterações climáticas, energia, ecologia, poluição sonora e
visual, contaminação das águas, salvaguarda de ecossistemas, economia circular,
reciclagem e reutilização de recursos, entre outras questões associadas à
proteção e revitalização dos recursos naturais e do meio ambiente e, por
consequência, fundamentais à sobrevivência do planeta e do ser humano. Odeith,
Bordallo II, Crack Kids, Jacqueline de Montaigne, Krus, The Plastic Hike,
Fahr021.3, Thiago Mazza, Rita Cabaço e os quatro artistas do Grupo Visegrado -
Mikołaj Rejs, Fat Heat, Tomáš Junker aka Pauser e Dupla RCLS, são os autores
das obras que nos despertam para este urgente olhar sobre o mundo e do
necessário reencontro com os valores mais essenciais.
O núcleo da Cultura Urbana, no Parque Tejo, traz a
dimensão da intermediação entre práticas artísticas, sociais e desportivas em
espaço público, e a forma como a sociedade e as cidades de hoje são habitadas e
experienciadas, através da interseção entre os diferentes domínios. As
intervenções nos pilares da Ponte Vasco da Gama, nos campos de basquetebol e no
skate park, traduzem este encontro. Neste núcleo encontramos o writer português
Odeith, a writer columbiana Zurik, e os artistas Nuno Viegas, Trafic e o
coletivo Thunders, que inclui Bray, Chure, Monster, Klit, Mar e Mosaik.
O Casal dos Machados, núcleo da Multiculturalidade,
propõe um olhar sobre as comunidades e as diferentes culturas, cruzando estes
temas com valores prementes como a liberdade, a diversidade e a igualdade,
através de intervenções de grande escala, em empenas de edifícios e muros,
realizadas pelos três vencedores do Open Call lançado internacionalmente no
âmbito do festival - Juan José Surace, MOTS e Rocket01 – , e pelas obras dos
Colectivo Rua, D*Face, IAmEelco, Los Pepes, Mabel Vicentef, Nark, Pedro Podre e
Stom500.
O poder criativo dos artistas urbanos expressa-se
no Muro LX_2021 através da reunião de distintas técnicas, como desenho,
pintura, ilustração, graffiti, 3D, design, tipografia e escultura cruzando-as
com o território e a identidade do lugar onde se inscrevem, seja em empenas,
atravessamentos pedonais e rodoviários, lojas, pilares, muros ou espaços
abandonados.
De encontros e de
reencontros - dos lugares, das artes, dos artistas e das pessoas - construímos
o Muro LX_2021, uma malha que se expande e abraça Lisboa e o Parque das Nações,
sempre com a arte urbana ao centro.
NOME DO ARTISTA